O Projeto Alteia é resultado de uma imersão antropológica, possibilitada pelas iniciativas de três alunas (Alana Oliveira, Beatriz Santos e Milena Santiago) tendo como ponto de partida a disciplina de Comunicação Comunitária, no curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza, que constatou dificuldades colossais da etnia indígena regional em obter representação no Ensino Superior. A atividade aspirou, portanto, fazer da escola diferenciada uma impulsionadora de emancipações, unindo sabedorias ancestrais e contemporâneas à tônica da comunicação livre, alternativa e comunitária, ao potencializar – por meio das oficinas de produtos midiáticos culturais – o protagonismo da comunidade étnica em questão.
O resultado é estabelecido por diálogos prévios para identificar, antes, com que meio o grupo prefere narrar suas perspectivas (documentários, wevtvs, rádios, exposições fotográficas, etc). A comunicação, aqui, é concebida como uma teia, que permeia todo o processo da troca de aprendizados. A relação entre orientadores e aprendizes é fluida e se confunde. Os resultados superam as vastas limitações ao serem entendidos como uma jornada de descoberta comunitária, fomentando a discussão sobre como a comunicação pode atuar na garantia dos direitos elementares do homem.

O PROJETO
“O direito de comunicar é percebido por seus protagonistas como mais fundamental do que o direito à informação, como atualmente disposto pelas leis internacionais. A essência do direito seria baseada na observação de que a comunicação é um processo social fundamental, uma necessidade humana básica e o fundamento de todas as organizações sócias. A ideia foi introduzida no âmbito da Unesco desde 1974. A 18ª sessão da Conferência Geral da Unesco, em sua resolução 4.121, afirmou que “todos os indivíduos devem ter acesso igual às oportunidades de participação ativa nos meios de comunicação e de se beneficiar de tais meios, enquanto preservam o direito à proteção contra seus abusos”. (Direitos à comunicação na sociedade da informação. p.144)